Nota publicada no Diário de Coimbra de 5 de Julho de 1997
Decorreu há bem pouco tempo, na sala de exposições do Chiado, uma exposição notável que já não foi “apanhada” pelo período de confecção desta coluna: a de Maria João Franco. Oxalá me seja possível reverter ao assunto, com a atenção necessária e merecida. Refiro por hoje, tão somente, o facto do catálogo possuir um excelente texto da própria pintora, a merecer a melhor atenção de todo o visitante. Quanto à pintura que ali esteve exposta, parece-me ter sido seleccionada pela autora para permitir uma viagem aos fundamentos da sua própria atitude estética. Ou seja, os quadros escolhidos eram duma essencialidade marcada, desde o desenho, à mancha, à cor, Outras obras suas tenho visto, de esplêndida busca e acabamento de valores plásticos, onde tal essencialidade já não é tão dado o fundamento da procura dos resultados finais, cheios de requinte, aqui expostas, era possível explicitar bem o desenho, como se referencia no traço a memória do corpo, e como posteriormente asse vão formando, até que o trabalho de pintura ocupa uma expressão autónoma e afirmativa. Uma óptima oportunidade, portanto, para uma interessante conversa sobre pintura, que oxalá tenha sido aproveitada por muitos visitantes. Oxalá possamos vir a falar deste assunto, mais tarde, com mais algum detalhe.