Duas anedotas da América

A nível do convívio das famílias em Cernache do Bonjardim nunca reparei no uso frequente daquele conjunto de vocábulos a que se chama vulgarmente as “asneiras”. Anedotas picantes ou outras de linguagem brejeira, nunca as ouvi em nossa casa.
Como tudo tem excepção, havia uma coisita só para certos serões com gente nova, duas anedotas contadas aqui com apoio de dois asteriscos por uma questão de… pudor “linguístico”:

Primeira anedota:

Num arranha-céus lá da América, em tempos idos, os serviços funerários tinham sérias dificuldades em remover os falecidos, quando qualquer fatalidade ocorria.
Haveria portanto um determinado serviço “especializado” em trazer as pessoas pelas escadas abaixo, para depois proceder às respectivas exéquias e velórios, constituído por homens alentados que as transportavam, nada mais nada menos que… às costas!…
Um falecido, que sofrera em vida de enorme flatulência, foi transportado por um desses funcionários, com o organismo cheio de “gazes” que se foram “libertando”, produzindo os nefastos efeitos previsíveis.
O transportador aguentou quanto pôde até que, num momento de saturação, deitou a carga que o afligia pelas escadas abaixo, exclamando para o defunto:
− Olha lá, companheiro, já que te podes c*gar, também hás-de poder andar!…

Segunda anedota:

Algures em Providence, no seio da comunidade portuguesa, havia um arraial com procissão e tudo celebrado pelos devotos do “portuguesíssimo” Santo António.
Num dos andores, como originalidade, foi esculpido um Santo António, imagine-se, em… chocolate!…
Fosse pelo calor do Sol ou pelo efeito das velas o (também) dito Santo casamenteiro começou a derreter-se e, lá para o fim da festa, estava feito num monte!…
Facto que suscitou uma exclamação de um dos presentes, no mesmo registo daquela que remata a história anterior:
– Olha, o Santo António, este ano, c*gou e andou!…

Estas duas anedotas contadas muito raramente fazem parte dos recursos da minha própria avó, pessoa doce e comedida em tudo até na linguagem, contadas de parceria com o meu avô, desconhecendo eu as suas referências. Serão apenas o exemplo de um humorismo ingénuo tão típico dos portugueses, ao qual uma corriqueira palavra de “cinco letras” basta para a risota geral e festiva, em ambiente de reunião familiar.

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