
Um dos camaradas (assim se designavam os ceifeiros “ratinhos” da Beira Baixa que trabalhavam sazonalmente além Tejo) que ensinava a ler os companheiros de árduo trabalho nos serões alentejanos e à luz duma lanterna, e entre eles o meu avô Sebastião, foi um tio meu chamado Joaquim Pires, natural da Relva, onde nasceu em 1888. Terá sido uma das pessoas que meu avô ajudou a ir para os Estados Unidos em 1913, ali tendo residido até ao fim dos seus dias.
Era irmão de minhas avós Leopoldina e Maria da Silva e viveu em Providence, onde foi operário da indústria de fiação.
Esta fotografia é do meu tio Joaquim e foi tirada na sua casa em Barrington em 1949, com uma filha de seu filho José ao colo.
Vivia em Barrington, casou inicialmente com Maria Joaquina, dos Casais de S. Bento/Cardigos (muito próximo da Relva), de quem teve quatro filhos. Enviuvou, tendo casado em segundas núpcias com Maria, natural de Fornos de Algodres que era, por seu turno, também viúva e mãe de outros quatro filhos. O casal nunca chegou a ter filhos seus, mas educaram aquela grande família na maior das harmonias, o que eles próprios declaravam na simpática e demorada visita que fizeram a Portugal em 1958.
Não conhecendo pessoalmente os outros filhos de meu tio Joaquim, menciono mais detalhadamente a única que conheci, Leopoldina Pires, prima direita de minha mãe, que casou com Diamantino Mendes Henriques, nascido em Providence (é da geração das filhas do meu avô) e ali teve como actividade a indústria de salsicharia.
Diamantino Henriques era filho de José Henriques, da Relva, terra do meu avô e de Maria da Conceição, do Maxial/Souto, que tinham emigrado para Providence.
Os meus primos Leopoldina e Diamantino, com seu filho Paulo, foto tirada em Agosto de 1953
Já tive o prazer, como já disse antes, de receber a visita dessa minha prima Leopoldina (Pauline) aqui em Coimbra, que vive ainda em Rhode Island. A maior parte destas pessoas e seus familiares encontram-se sumariamente referidos numa obra acerca de “Vila de Rei e a sua Gente”, de autoria do Padre José Maria Félix, agrupados em duas linhas familiares, os Matos Gomes do Vale da Urra e os Silvas da Relva, ambas as localidades situadas no concelho de Vila de Rei.
Esta fotografia foi tirada em 26 de Maio de 1958, na Relva. Ao centro está o meu tio Joaquim Pires, ladeado pelas suas duas irmãs Maria e Luísa da Silva (que ali vivia). Meu avô Sebastião está à esquerda e do lado direito a esposa de meu tio, Maria Pires, de Fornos de Algodres
Este é ainda o meu tio Joaquim Pires, no Luso, em 1958, ladeado por sobrinhas e sobrinhos de duas gerações e sua esposa Maria. A minha tia Lídia e minha mãe; eu à esquerda com 16 anos e dois primos direitos filhos da minha tia Lídia, Alfredo e Fernando, de treze e sete anos (que viveram também, depois desta data, durante dois anos e meio em Providence). Ao lado direito a esposa de meu tio, Maria Pires. Esta envergava um “vestido às florzinhas”, coisa que em Portugal, nessa época, era muito raro em senhoras da sua idade, apenas típico de certas turistas estrangeiras que nos visitavam.